segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os Manos do Menezes


Hoje era grande a expectativa em torno da primeira coletiva de Mano Menezes no comando da Seleção. Além de ser considerado um dos 3 grandes técnicos da atualidade no futebol brasileiro (Muricy e Felipão fecham a lista), tinha uma (in)grata missão como desafio de estréia - uma convocação que demonstrasse o novo velho espírito do futebol brasileiro, tão arguido desde o início da Era Dunga e apagado no cenário nacional. E o pior - tudo em um prazo menor que 48 horas. Era a dor de cabeça que Mano queria há tempo, bastava ver sua feição durante a apresentação.

E para quem não teve tempo para avaliar todas as possibilidades, Mano agradou a gregos e troianos, convocando uma seleção que, ao menos no papel, tende a retomar o estilo ofensivo característico da Seleção Canarinho sem desguarnecer a retaguarda brasileira. Foram 24 convocados (1 deles será cortado em função do clássico Internacional x São Paulo pela Libertadores), sendo 12 domésticos e a outra metade de "estrangeiros". Remanescentes da Copa 2010, apenas 4. Para quem almejava uma renovação completa, desde a base, aí está o resultado. E agradável.

Eis a lista:

Goleiros - Renan (Avaí), Jefferson (Botafogo) e Victor (Grêmio).

Laterais - Rafael (Manchester Utd.), Daniel Alves (Barcelona), Marcelo (Real Madrid) e André Santos (Fenerbahçe).

Zagueiros - Thiago Silva (Milan), David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander) e Réver (Atlético-MG).

Meias - Sandro (Internacional), Ederson (Lyon), Carlos Eduardo (Hoffenheim), Hernanes (São Paulo), Ramires (Benfica), Ganso (Santos), Lucas (Liverpool) e Jucilei (Corinthians).

Atacantes - André (Santos), Robinho (Santos), Neymar (Santos), Pato (Milan) e Diego Tardelli (Atlético-MG).

De notável na lista, a redução da média etária para 23,1 anos, e sete dos convocados estão em idade olímpica. No geral, uma convocação que atende todas as necessidades de uma Seleção ofensiva em construção. Claro que esta não é a Seleção definitiva, ainda está longe disso. Da base deixada por Dunga, Júlio César, Maicon, Kaká e Elano são nomes aguardados no decorrer das convocações. Fred (provavelmente não convocado pela lesão sofrida no Clássico Vovô) é outro nome muito cogitado para o grupo de Mano Menezes. Jovens como Giuliano (Internacional), Maikon Leite (Atlético-PR) e Maicosuel (Botafogo) tem potencial para almejar algum lugar nessa renovação. Bruno César (Corinthians) e Gum (Fluminense) estão em estado de graça e podem trabalhar visando um futuro nem tão distante. Na lista de Goleiros, incluiria como opções futuras Fernando Henrique (Fluminense) e Fábio (Cruzeiro). No entanto, com o retorno iminente de Júlio César, a disputa será por duas vagas e a coisa complica. No meio-campo, Denilson (Arsenal) merece uma oportunidade.

Quanto aos pontos positivos da lista, o entrosamento do setor ofensivo é o destaque. A escolha de Ganso, Neymar, André e Robinho não foi por acaso, e ao menos três destes devem sair no time principal. Na escolha de apoiadores e contensores de meio, Mano foi certeiro ao convocar Ederson e Hernanes. Não gostei muito da convocação de Jucilei, mas deve ficar no banco. As laterais estão (finalmente) equilibradas em bom nível, e a renovação da zaga, de início, está perfeita. No gol, a título de teste, a convocação foi muito boa (reitero que escolheria Fábio ou Fernando Henrique no lugar de Jefferson, que é inegavelmente bom goleiro).

Mantendo o 4-4-2 histórico da Seleção, imagino o time de saída com Victor; Daniel Alves, Marcelo, Thiago Silva e David Luiz; Hernanes, Ederson, Ramires e Ganso; Robinho e Neymar.

Esse time promete...

domingo, 25 de julho de 2010

A dança do Brasileirão e o novo técnico da Seleção

A Copa acabou, e o Campeonato Brasileiro voltou com tudo. Dentre os clubes, destaque para a arrancada Colorada rumo ao G4, concretizada hoje com a vitória sobre o Flamengo no Beira-Rio, e pela dança da liderança entre os bons times de Corinthians e Fluminense, com 24 e 23 pontos respectivamente. Ao que parece, vai se desenhando o pelotão de luta pelo caneco, e a estes três pré-citados juntam-se Cruzeiro e Santos.

Atual campeão, o Flamengo vai mal das pernas e precisa contratar reforços com a máxima urgência, para todos os setores do campo. Atlético-MG, Grêmio e Botafogo decepcionam, não apresentam consistência e variam muito durante seus jogos. Apesar da campanha atípica, o São Paulo deve se recuperar e lutar na parte de cima. Vasco, Atlético Paranaense e Avaí mostram certo poder de reação com a chegada de reforços, mas pelo que apresentam lutarão mesmo é pela Sul-Americana. O Palmeiras de Felipão ainda não encaixou, mas promete. Já o Vitória só estreará nessa volta do Brasileirão após a decisão da Copa do Brasil contra o Santos.

No entanto, nada chamou mais atenção que a escolha do novo técnico da Seleção penta-campeã mundial. Por alugumas horas, Muricy Ramalho foi o dono do cargo mais cobiçado do mundo. Mas que acabou mesmo na mão de Mano Menezes. Líder do Brasileirão na quinta-feira, Muricy foi abordado na saída do Maior do Mundo e aceitou o comando técnico do Brasil na sexta. No entanto, Ricardo Teixeira exigiu exclusividade, e Muricy dependia apenas da liberação do Fluminense. O Tricolor carioca não apenas não liberou, como também pronunciou, através do presidente do clube Roberto Horcades, e pelo presidente da patrocinadora, Celso Barros, que exigia exclusividade e não aceitava dividir o técnico com a Seleção. Além disso, foi anunciada a renovação de contrato de Muricy até o fim de 2012.

Desde a eleição do novo presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, CBF e Fluminense não mantém relação amistosa (a Confederação apoiava a eleição de Kléber Leite), e já era imaginado que o clube não facilitaria a vida de Ricardo Teixeira. A situação do tricolor também não era confortável. Imaginem o líder do Campeonato perder seu técnico da noite pro dia... não havia um plano B em relação ao cargo no Fluminense, e toda uma reestruturação do futebol seria comprometida com a liberação de Muricy.

Diante do impasse, a CBF engatilhou seu plano B para o comando - Mano Menezes. Ao contrário do Flu, o Corinthians não dificultou e liberou Mano para a Seleção. Em depoimento emocionado, o presidente Andrés Sanches desejou sorte à Mano e relatou a importância do técnico na retomada do orgulho corinthiano. Como, ao contrário do Fluminense, o Corinthians já previa convite à Mano, o clube também anunciou Adilson Baptista no comando do alvinegro (amelhor opção para o lugar de Mano, diga-se de passagem).


Mano Menezes, assim como Muricy Ramalho, tem o perfil para comandar a renovação canarinho. De competência comprovada, já comandou reviravoltas espetaculares, como a vitória gremista na Batalha dos Aflitos. Suas passagens por Grêmio e Corinthians dispensam qualquer cartão de apresentação. Aficcionado por treinos táticos e técnicos, é considerado por muitos como um comandante defensivista. Particularmente, eu discordo. Trata-se de um estrategista que sabe lidar com o elenco que tem na mão, e controla bem seus comandados. À revelia de Dunga, tem bom relacionamento com a imprensa e assume o cargo com status de vencedor.

Mano prioriza o toque de bola, e gosta de armar times que alternem seu estilo durante o jogo, em função do adversário e da partida. Sempre monta excelentes defesas, e gosta de criatividade no setor do meio-de-campo, cam saídas rápidas pelas laterais. A grande esperança do torcedor brasileiro, hoje, é a manutenção do sistema defensivo de Dunga com a convocação de jogadores com poder de decisão para a criação. Ricardo Teixeira disse que a nova Seleção será "mais caseira", e as especulações começaram. Amanhã tem convocação, quais serão as novas caras na Seleção mais tradicional do mundo?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Mundo é vermelho! Bem-vinda ao clube, Espanha!


A Copa acabou, e temos um campeão inédito, um novo integrante do seleto grupo de potências mundiais que vingaram: a Espanha. Pela primeira vez na história uma seleção européia conquista uma Copa do Mundo fora de seus domínios.

Tida como uma das favoritas no pré-Copa, visto a campanha vitoriosa na Euro 2008 (na época, comandada por Luis Aragonés), o período de invencibilidade (quebrado apenas na semifinal da Copa das Confederações contra a boa seleção dos EUA) e a qualidade dos selecionados pelo técnico Vicente Del Bosque, a Fúria decepcionou em sua estréia ao ser derrotada por uma Suíça retrancada - e com muita sorte. No entanto, apesar do revés, foi uma das poucas seleções a apresentar um bom volume de jogo logo na estréia. A desconfiança pairava sobre o elenco, que não conseguia traduzir em gols o amplo domínio demonstrado em campo. A vitória sobre Honduras por 2 a 0 acalmou os jogadores, que chegaram à terceira rodada do Grupo H dependendo de uma vitória sobre a desfalcada seleção chilena - 2 a 1, com direito a sufoco dos sul-americanos mesmo com um jogador a menos. Assim, a Espanha confirmava as predições e passava em primeiro no seu grupo.

O notável no grupo espanhol foi a mudança de comportamento tático. A diferença do time de Luis Aragonés para a equipe de Vicente del Bosque estava no setor de criação, e por que não dizer que na contusão de Fernando Torres. Na campeã da Euro 2008, 3 meias de criação/ofensivos (Xavi, Iniesta e Fábregas) municiando el niño e David Villa. Na seleção de 2010, Fábregas estava no banco, e a criatividade dependia das triangulações entre Villa (recuado para a meia esquerda), Xavi e Iniesta. Sem contar com seu camisa 9, visivelmente sem ritmo de jogo, a responsabilidade caía nos pés do camisa 7, que com eficiência dava conta do recado. E assim foi nas oitavas, na vitória por 1 a 0 sobre uma seleção portuguesa irreconhecível (demasiadamente defensiva, anulando o setor criativo ao isolar Cristiano Ronaldo de Tiago e Simão) e sobre um ofensivo e perigoso Paraguai nas quartas (este sim, o primeiro desafio real da Fúria na Copa 2010), pelo mesmo marcador.

A semifinal foi tratada como uma final antecipada. A Alemanha de Joachim Löw, renovada, com meio-campo habilidoso de chegada, pelas goleadas aplicadas sobre Inglaterra (4 a 1) e Argentina (4 a 0), era tratada como favorita, ainda que não como nas partidas anteriores. Com um meio campo jovem e experiente, formado por Khedira, Schweinsteiger, Özil e Müller (este a peça-chave do time, transformando o sistema de marcação num 4-4-2 clássico e mudando ofensivamente para um 4-3-2-1), a Alemanha aproveitava com eficiência as falhas ofensivas do adversários, com contra-ataques mortais. E foi justamente o melhor jogo da Fúria. Com Iniesta e Xavi em dia inspirado, a bola girava de pé em pé, até a melhor oportunidade. A espreita por erros, a Alemanha não jogava, visto a qualidade do meio-campo rubro, que pouco errava. E o iluminado Puyol, em linda testada, colocou a Espanha pela primeira vez na história na decisão do Mundial.
Após a definição da grande Final, a Espanha já era tratada como campeã. E talvez essa ansiedade tenha atrapalhado contra a Holanda, uma vez que a equipe não conseguia chegar ao ataque com eficiência. Distribuindo botinadas, a Laranja continha o ímpeto Espanhol. E Villa, isolado no ataque, não fazia grande apresentação. O jogo seguia morno (tirando, claro, as entradas violentas de ambas as partes, que só faziam esquentar o clima dentro de campo), foi para a prorrogação e a disputa por pênaltis parecia inevitável, até que o imponderável aconteceu. Após expulsão de Heitinga, no segundo tempo da prorrogação, Iniesta teve espaço e, na sua primeira grande chace do jogo, definiu o placar. Espanha campeã com méritos.
Bem-vinda ao Clube, Fúria. Título mais que merecido!


terça-feira, 6 de julho de 2010

Semifinais - Uruguai 2 x 3 Holanda - South Africa FIFA World Cup 2010

Um jogo em que se esperava mais. Das duas seleções. No geral, seguiu o que tem sido o padrão desta Copa - duas equipes estudando mais que atacando, prezando mais por não sofrer gols que por fazê-los.

A Holanda, mais uma vez, não jogou o que tem potencial. E mais uma vez ganhou. No futebol moderno, manda o resultado, e a eficiência da Laranja Mecânica é inquestionável. A criação dependia de lampejos de Sneijder, bem marcado. Robben, pela primeira vez na Copa, cortou um lance para sua direita (finalmente algum adversário marcou com eficiência a jogada mais que cantada do bom ofensivo canhoto). Kuyt, bem na partida, subia com eficiência ao ataque. Van Persie, mais uma vez, foi um espectador de luxo. A defesa oscilava bons e maus momentos, mas não comprometeu.

O Uruguai sentiu demais as ausências do capitão Lugano e de Suárez. Me atrevo a dizer que Oscar Tabárez cometeu um grave erro estratégico ao isolar Forlán no comando de ataque. Durante a Copa, Forlán teve melhor desempenho como meia ofensivo, tabelando pela esquerda com Cavani para as subidas de Suárez. Talvez Loco Abreu fosse melhor opção no comando de ataque, com Forlán e Cavani armando as jogadas. Assim, Maxi Pereira e Álvaro Pereira ficaram demasiadamente sobrecarregados nas alas, e não apresentam qualidade para superar a marcação holandesa.

Os dois primeiros gols - duas pinturas, diga-se de passagem - saíram de chutes da intermediária. O primeiro, de van Bronckhorst, inapelável para Muslera. O segundo, de Forlán, contou com falha de Stekelenburg, apesar do belíssimo petardo com efeito. Em um primeiro tempo muito estudado, o empate foi justo. E assim seguiu no segundo tempo, até o gol irregular de desempate, de Sneijder, com claro impedimento de van Persie. O Uruguai sentiu, e sofreu o que parecia ser o golpe derradeiro, em contra-ataque rápido finalizado por Robben, de cabeça, como manda o manual de todo bom centro-avante - no contrapé do goleiro, pro chão.

Com o jogo "garantido", Robben foi sacado. Tardiamente, Loco Abreu entrou no lugar de Alvaro Pereira para ser a referência de ataque, recuando Forlán. A Celeste tomou conta do jogo, mas com a derrota "assegurada", Oscar Tabárez sacou o camisa 10. Talvez seu pior movimento no jogo. Aos 47 do segundo tempo, Maxi Pereira anotou o segundo gol e a equipe laranja entrou em desespero visto a possibilidade de sofrer o empate. O Uruguai foi pra cima, mas faltava a qualidade do atacante do Atlético de Madrid, que no banco nada podia fazer. Muita pressão e nenhuma precisão uruguaia até quase 50 minutos, e festa européia na Cidade do Cabo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa do Mundo - 1a Rodada

Uma rodada muito aquém do esperado. A frase pode ser representada estatisticamente pela menor média de gols da história das Copas - 1,56 gols por jogo. Acima de tudo, jogos truncados, sem tanta qualidade tática, mas com muita disposição (até mesmo exagerada, visto a ampla distribuição de cartões amarelos e vermelhos).



Como destaque positivo, a única estréia característica de uma real candidata ao título foi a da renovada Alemanha de Joachim Löw, que conseguiu agregar a sempre forte defesa alemã com um ataque tipicamente sul-americano, com toques rápidos e velocidade.



Argentina, Holanda e Brasil tiveram estréias apagadas, apesar das vitórias (merecidas, diga-se de passagem). Os hermanos tem um ataque de extrema potência, e a Nigéria sofreu com o mesmo. Porém, talvez pelo formato de contra-ataque dos verdes, o meio-campo alviceleste mostrou-se anencéfalo, e a defesa um verdadeiro caos (Don Diego terá trabalho). A versão renovada da laranja mecânica pegou uma forte Dinamarca pela frente, e apesar do nervosismo, contou com um pouco de sorte e arrancou a primeira vitória no mundial contra o adversário de maior qualidade dentre os três restantes do grupo. O Brasil mostrou mais uma vez que carece de um meia-armador de qualidade. Kaká, visivelmente sem ritmo de jogo e com receio de nova contusão, fez figuração no meio-campo. Robinho e Maicon foram os grandes destaques da equipe canarinho, que com a magra vitória pode se complicar.



Inglaterra e Itália estrearam com empates. No entanto, pelo domínio de jogo, formatação das jogadas ofensivas e consistência defensiva, a Inglaterra merecia melhor sorte contra um esforçado Estados Unidos (a imprensa inglesa, com razão, creditou a perda de 2 pontos ao arqueiro Green). No jogo da Itália, caso Lippi não utilizasse Camoranesi (mudou completamente a estratégia de ataque da azzurra e deu mobilidade ao meio-campo), a derrota para a boa equipe paraguaia seria certa. Mas o futebol demonstrado pelos italianos no segundo tempo é animador, e o empate foi justo.



A decepção da rodada, a grande zebra, foi a vitória da Suíça sobre a favoritíssima Espanha. A retranca vermelha foi fortíssima, e obrigou a uma mudança no estilo de ataque espanhol (com o meio congestionado, e sem jogadas rápidas de sucesso, a alternativa foi o chuveirinho). E em contra-ataque rápido, em jogada totalmente truncada, atabalhoada, o revés foi decretado.

A zebra está solta na África do Sul! O que nos reserva a próxima rodada?!

sábado, 12 de junho de 2010

Copa do Mundo - dia 2

COR 2 x 0 GRE

No confronto entre a maior força asiática da atualidade contra uma Grécia em processo de renovação, o esperado era uma vitória com relativa tranquilidade da equipe coreana. E foi exatamente o que foi vito no pimeiro jogo o dia. Em um jogo de ataque veloz contra uma defesa lenta e atordoada, o placar poderia ser mais elástico.

A Coréia, assim como nas eliminatórias asiáticas e nos amistosos pré-copa, entrou com tudo e partiu logo para o ataque. Apesar do susto inicial dos gregos, o domínio coreano foi amplo durante todo o jogo. Park Ji-Sung ditava o ritmo de jogo, e com a defesa grega em estado letárgico, Park Chu-Young tinha liberdade para transitar no comando de ataque. Otto Rehhagel parece ter armado o time para aproveitar os contra-ataques. No entanto, a equipe grega é velha, (a base é da campeã européia de 2004), e o time sentiu a ausência de Kyrgiakos e Salpigidis. Aliás, os poucos momentos de lucidez da apática equipe grega foram a partir da entrada do experiente atacante, decisivo para a classificação dos gregos para o mundial. Vitória justa da equipe coreana, que vai brigar pela vaga até a última rodada. Já a equipe grega, a julgar pela apresentação inicial, disputará o pior rendimento da competição.

ARG 1 x 0 NIG

Um dos jogos mais aguardados da primeira rodada do mudial, pelo conjunto nigeriano e a força ofensiva dos hermanos. O esperado era um jogo truncado no meio-campo, com jogadas rápidas pelas laterais e muitos gols. A aposta era em vitória apertada da seleção de Maradona, e foi o que aconteceu. No entanto, as equipes deixaram muito a desejar, principalmente a Argentina, franca candidata ao título.

O jogo começou pegando fogo. Em apenas 3 minutos, 3 chances claras de gol, duas para a Argentina e uma para a Nigéria. E o gol argentino saiu cedo, aos 6, em linda cabeçada de Heinze, livre de marcação na grande-área. A Nigéria não sentiu o golpe e continuou atacando, principalmente aproveitando os espaços deixados por Gutiérrez. Messi chamava o jogo, e a ofensividade argentina foi transformada em uma chuva de gols perdidos por Higuaín, até mesmo pela excelente atuação do goleiro Enyeama (o melhor em campo). A Nigéria também criava muitas chances, mas carecia de um "matador" (por incrível que pareça, até mesmo absurdo, Martins é reserva nesta seleção). O grande aspecto do jogo foi a "ausência" dos jogadores de meio-campo, uma região inóspita do relvado. A fragilidade do sistema defensivo argentino chama a atenção, e a mesma não foi vazada exclusivamente pela ineficiência do ataque nigeriano. Com o bom futebol apresentado pela Coréia do Sul, a vaga nigeriana, dada como certa por alguns analistas, está ameaçada. A Argentina, como esperado, passará de fase. Mas se don Diego não acertar a marcação no meio-campo e a zaga, a equipe alvi-celeste não irá longe na competição.

ING 1 x 1 USA

O favorito English team entrava em campo cercado por expectativas de apresentações melhores, tendo em vista as últimas partidas amistosas. O adversário não era fraco, e o vice-campeão da Copa das Confederações esperava ao menos o empate. Pela análise dos plantéis, a Inglaterra venceria o jogo com algumas dificuldades. Mas o que se viu foi a mesma Inglaterra que ganhou há duas semanas de um fraco Japão graças à dois gols-contra do sistema defensivo nipônico.

Os Estados Unidos entraram no relvado com a clara intenção de sair nos contra-ataques. E tiveram as oportunidades, porém a preocupação exacerbada em defender atrapalhava a saída rápida de bola, sempre pelos pés de Donovan e Dempsey. A Inglaterra dominou o jogo desde o início e Gerrard, em linda jgada trabalhada com Heskey, abriu o placar. Os Estados Unidos, aos poucos, equilibraram o jogo, e a Inglaterra perdia gols inacreditáveis. A reorganização do bom time americano foi recompensada com um "frangaço" do mais contestado dos arqueiros ingleses - Robert Green. Capello mandou o time ao ataque no segundo tempo, mas a pelota não chegava em Rooney. Heskey perdeu muitos gols, e segue na sina de não ser decisivo atuando pela seleção nacional. O English team melhorou com o recuo de Rooney, que passou a buscar as jogadas na meia ofensiva e tramar ataques com Lampard, bem marcado. Mas sem sucesso. Empate com sabor de vitória para os americanos, que ficam em situação confortável com este ponto arrancado heróicamente. Para o English team, alguns pontos precisam ser sanados:

1) Com James e Hart, por que escalar Green como arqueiro titular?
2) Com Heskey em litígio com as redes, Defoe é excelente opção.
3) Milner no lugar de Gareth Barry parece uma piada de mau gosto.

De certo mesmo, David Beckham faz falta como opção de jogo (coincidentemente, a lesão do astro do Milan coincidiu com a queda de rendimento do English team, no início do ano). Capello terá trabalho para reorganizar o ataque, totalmente dependente de Rooney.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Copa do Mundo - dia 1

AFS 1 x 1 MEX

No jogo de abertura da Copa, o esperado era um jogo equilibrado, e caso houvesse algum vencedor, pelo estilo de jogo, apostei na África do Sul. E o tom do jogo não destoou disso. Vimos em campo uma boa seleção mexicana, de toques rápidos e precisos, mas pouco objetiva. E uma África do Sul inicialmente nervosa, mas perigosa nos contra-ataques e com o estio "Parreira" bem implantado.

Após um início de jogo com amplo domínio e 2 chances claras de gol desperdiçadas, o México diminuiu o ritmo e a nervosa África do Sul equilibrou as ações. Enquanto o comando de ataque mexicano dependia da inspiração e objetividade de Carlos Vela e Giovanni dos Santos, a África do Sul dependia totalmente de Pienaar e Tshabalala. E justamente a falta de objetividade mexicana fez com que o marcador permanecesse inalterado ao fim da primeira etapa, apesar do domínio territorial extenso da equipe norte-americana.

Na volta do intervalo, Parreira foi pontual. Reforçou o setor defensivo direito, ponto alto dos ataques mexicanos, e aproximou a ligação entre defesa e meio. O resultado foi a inversão do panorama do primeiro tempo, e empurrados por mais de 80 mil vuvuzelas, os donos da casa abriram o placar em boa trama de contra-ataque rápido entre Pienaar e Tshabalala. A África do Sul queria mais, e a seleção mexicana sentiu o golpe. Com um pênalti claro não-marcado qunado o placar ainda era 1 a 0 e dois gols incríveis perdidos no fim do jogo, os Bafana-Bafana sofreram o empate em falha infantil da defesa, que atrasou a linha de impedimento, deixando Rafa Marquez livre para balaçar as redes ao 34.

Sensação de derrota para os donos da casa, que pelo futebol apresentado no segundo tempo mereciam a vitória.

URU 0 x 0 FRA

No único confronto de campeãs mundiais da primeira fase, um jogo morno. Pelo histórico recente, o esperado era um jogo truncado no meio-campo, e equilibrado no geral. Mas apesar do futebol burocrático, da pouca criatividade no meio-campo (Ribéry está sobrecarregado o comando de ataque esquerdo) e do ataque ineficiente (Anelka isolado entre 4 marcadores uruguaios) o que se viu foi um amplo domínio francês, com raríssimas chances uruguaias nos contra-ataques, todas dependentes de Forlán.

As duas equipes entraram em campo se estudando, e ao que parece saíram do relvado sem aprender. Apesar do domínio francês e do gol incrível perdido por Govou no início do jogo, o 0 a 0 foi justo. Deste jogo sem grandes emoções, podemos formular algumas perguntas:

1) Como Henry e Malouda são reservas neste time?
2) Com Ribery sobrecarregado, Malouda no banco, e sem Benzema... quem tem a função de criação dos bleus?
3) Raymond Domenech viu que este esquema de jogo é ineficiente há algum tempo e mesmo assim o mantém. O que ele espera com isso? Voltar mais cedo pra casa, provável.

4) Onde está o futebol da equipe uruguaia?
5) Forlán ficou sobrecarregado, armando as jogadas e tendo que finalizá-las. Será sempre assim?
6) O 4-4-2 clássico da equipe uruguaia é lento, e depende da ligação direta entre defesa e ataque. Óscar Tabárez manterá o esquema para a próxima partida?

Todas estas respostas em alguns dias... o que será que vai acontecer? Esse grupo é muito equilibrado, e a disputa só terminará na 3a rodada. Quem passa para as oitavas?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pré-Copa

Depois de algum tempo sem postar por motivos de força maior, este blog começa hoje a tratar sobre o tema de maior atenção mundial no âmbito esportivo - a Copa do Mundo, na África do Sul.



No maior evento do planeta, tudo pode acontecer. Vuvuzelas, Jabulani, zebras, arbitragem... fato é que tudo pode influenciar no resultado final. Favoritos? Sim, há alguns. Brasil, Argentina, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Estados Unidos... Não, isso não é um erro. O futebol está em franca ascenção no país do Basquete e do Beisebol, e a seleção nacional não levou o vice-campeonato da Copa das Confederações à toa.

Claro que, dentre os favoritos, o peso da "camisa" conta muito. Se avaliarmos apenas o desempenho recente das seleções, a lista precisa ser alterada. Outrora em estado de graça, o English Team encontrou muitas dificuldades nos amistosos pré-Copa. Verdade que venceu todos, mas o futebol demonstrado é preocupante. Depois de uma vitória apertada (sinceramente, com sabor de derrota) contra a fraca Arábia Saudita por 3x2, a Espanha disse que não vai à Safari para a África do Sul após goleada contundente sobre a mediana e esforçada Polônia. A Itália, caso continue com o futebol burocrático que a levou à derrota contra o México em casa, estará fadada ao fracasso muito cedo na Copa. A seleção de Don Diego, no entanto, é grata surpresa. Após as dificuldades nas Eliminatórias Sul-Americanas, a Argentina é franca favorita após grandes exibições no ano corrente. A Laranja Mecânica não caiu de produção, e pode ser considerada a seleção européia com maiores probabilidades de título. A Alemanha, como o próprio Kaiser Franz Beckenbauer descreveu, cresce em Copas do Mundo. O Brasil de Dunga me lembra um pouco a equipe campeã de 94, com algumas diferenças - agora temos a melhor defesa do mundo, um ataque eficiente e um meio-campo que prefiro não comentar. Fato que está invicto, apresenta um futebol eficiente, mas que ainda não convence. E os Estados Unidos, se avaliarmos bem, está invicto neste ano, desenvolvendo um futebol vistoso, comandados por Dempsey, Donovan e Altidore.

A grande surpresa desta Copa não será a Costa do Marfim, tão pouco Camarões. A anfitriã, África do Sul, não deve chegar às semifinais (na verdade, nenhuma das seleções africanas mostra tal potencial), mas está invicta há 12 jogos, e em franco crescimento. Tecnicamente, Costa do Marfim tem um plantel respeitável, mas a seleção nunca jogou o que se esperava dos sempre favoritos no continente. Prova é a eliminação precoce na Copa das Nações Africanas. Gana e Camarões darão trabalho. Ouso dizer aqui que a seleção africana que merece maior atenção não está na Copa - o heptacampeão Egito.

Outras gratas surpresas podem ser as seleções de Sérvia e Uruguai, que estão crescendo na hora certa.

Fazendo uma análise rápida dos grupos, temos o seguinte (palpites em vermelho):

Grupo A: Comandada por Raymond Domenech, a França vai mal. Pelo histórico, é favorita a passar de fase, mas sua eliminação precoce não será surpresa alguma. A seleção mexicana, em processo de renovação, dará trabalho. A celeste olímpica conta com um sistema de ataque forte e um meio-campo ajeitado. Os Bafana-Bafana, empurrados pelo som das vuvuzelas e em crescente de produção, serão páreo-duro. África do Sul e Uruguai.

Grupo B: Don Diego parece estar acertando a mão no comando dos hermanos, e o time vai muito bem (apesar da defesa). A tradicional Nigéria tem seu Obinna no comando de ataque e é uma das 5 forças do continente africano. Bem nas últimas Copas, a Coréia do Sul já não apresenta o futebol das Eliminatórias Asiáticas. E a renovada Grécia, com plantel mediano, lutará pela segunda vaga do grupo. Argentina e Nigéria.

Grupo C: O English Team de Fabio Capello é franco favorito ao título, e não terá dificuldades em passar de fase. A disputa do primeiro lugar ficará restrita com os Estados Unidos, digno vice-campeão das Confederações, em jogo que promete. A força e desempenho da Argélia sumiram desde que despacharam os campeões africanos pro Saara. E apesar da boa campanha nas eliminatórias européias, a Eslovênia não tem muito a fazer nesta Copa. Inglaterra e Estados Unidos.

Grupo D: Apesar do mau momento do ataque e do desfalque do sempre perigoso Ballack, a Alemanha não deve encontrar dificuldades para passar de fase. Por sua vez, o bom futebol demonstrado nas eliminatórias asiáticas não parece ser suficiente para levar a Austrália a frente na competição. A Sérvia de Vidic e Stankovic está em estado de graça no setor ofensivo, mas carece de atenção na retaguarda. E Gana fará da sua força física a grande arma para seguir adiante. Alemanha e Sérvia.

Grupo E: A Holanda dispensa comentários. Robben e cia estão voando e despacharão todos os adversários na primeira fase. A Dinamarca passou bem nas eliminatórias européias, mas depende muito de Bendtner e está caindo de produção. Desde a saída de Zico, o Japão não faz grandes exibições, e vem a passeio. Já os leões indomáveis, comandados por Eto'o, prometem neste grupo. Holanda e Camarões.

Grupo F: Apesar do mau momento, a Itália não deve encontrar muitas dificuldades para seguir adiante neste grupo. O Paraguai vai se firmando como potência sul-americana, e é favorito neste grupo. Apesar da boa fase de Hamsik, a Eslováquia não deve ir muito longe. E a Nova Zelândia só está na Copa porque não disputou a vaga com a Austrália. Itália e Paraguai.

Grupo G: Considerado por alguns como o grupo da morte. Apesar das críticas da imprensa pelo estilo de jogo, o Brasil é franco favorito. Costa do Marfim tem uma boa seleção, e agora nas mãos de Sven-Goran Erickson pode surpreender. Portugal tem Ronaldo-dependência, está sem Nani, mas Deco está em grande. E a Coréia do Norte não deverá ver sua seleção na Copa, já que Kim-Jong Il só vai permitir a transmissão de VTs com vitórias de sua seleção no país. Brasil e Portugal.

Grupo H: A Espanha pode se orgulhar por ter o melhor time principal do planeta, segundo a FIFA, e fará por onde mostrar tal superioridade. O Chile, comandado por El Loco Bielsa, apresenta futebol alegre e ofensivo, e dará muito trabalho. A Suíça está com um grande problema - além de não ter um ataque tão eficiente, sua defesa já não é tão consistente quanto a da Copa de 2006. E Honduras disputará com a Coréia do Norte o pior desempenho da competição. Espanha e Chile.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

4a Rodada do Brasileirão - Dia 1

Fluminense 2 x 1 Flamengo

Bem ao estilo Muricy Ramalho, o tricolor dominou a maior parte da partida diante de um Flamengo aguerrido, mas perdido em campo. Bem dispostos no relvado do Maior do Mundo, as triangulações entre Carlinhos, Marquinho e Conca envolveram a frágil defesa rubro-negra. Mesmo sem a melhor forma física, Fred foi importante na criação de jogadas e puxando a marcação do time da Gávea, abrindo espaços para Rodriguinho concluir. Conca foi o nome da partida, ao dar assistência milimétrica para o gol de Rodriguinho no primeiro tempo, e ao acertar um petardo fatal da entrada da grande-área no início da segundo etapa. Os lampejos de perigo do rubro-negro saíam dos pés de Love, bem marcado e pouco acionado. Os minutos finais foram reservados para uma tentativa de reação do Flamengo, que carente de meias-criadores partia desgovernado para o ataque e fornecia espaços para o contra-golpe tricolor, que poderia ter vencido por placar mais elástico. No final, belíssima cobrança de falta de Bruno para amenizar um placar que não retratou o jogo.
O Fluminense começa a engrenar no Brasileirão. O Flamengo tem o desmanche iminente de sua base campeã brasileira e precisa imediatamente de reforços.

Vitória 4 x 3 Atlético-MG

Até aqui o jogo de maior emoção da rodada. Começou em estilo cadenciado, com as equipes se estudando e sem grandes lances. O time da casa, aos poucos, impôs seu ritmo e logo abriu o placar com Schwenck, aos 13. No entanto, o elevado número de passes errados armava contra-ataques para ambos os lados. Aos 35, em contra-golpe puxado por Ricardinho, o meia fez excelente lançamento para Muriqui emendar de primeira. 1 a 1. Aos 41, novo vacilo da defesa do Galo e Schwenck escorou de cabeça para as redes. 2 a 1. Como no início do jogo, os anfitriões voltaram a campo apertando a marcação. Aos 9, um lance capital - a expulsão de Nino. Ricardo Silva mexeu bem, e fortaleceu a marcação baiana. Mas a noite era de Ricardinho, e de falta ele igualou o marcador aos 22. O Atlético, apesar de pressionado, mantinha bem o domínio de jogo, até mais um vacilo de sua zaga. Em recuo despretencioso, Schwenck foi mais esperto que Marcelo e concluiu, marcando seu terceiro na partida. Em vantagem no marcador, mas afobado pelo término da partida, o Vitória errava muitos passes, que culminavam em faltas perigosas. Mais uma vez, Ricardinho "colocou" a bola na cabeça de Tardelli, que empatou novamente aos 36. Querendo a virada, com um a mais em campo, o Atlético partiu para o ataque, deixando espaços atrás. E Evandro, ex-Galo, calibrou a chuteira e bombardeou Marcelo, de fora da área, para definir o marcador aos 42.

Grêmio 3 x 0 Avaí

Com dois tempos distintos, o Grêmio mostrou a força do Olímpico e despachou o Avaí com facilidade. Apesar do susto que Davi deu em Victor, aos 4, o primeiro tempo foi amplamente dominado pelo tricolor gaúcho. Jonas, inspirado, contou com desvio da barreira para inaugurar o marcador, aos 10. Aos 22, após passe de Maylson, Jonas escorou para fazer seu segundo na partida. O Avaí mal saía para o ataque, e o Grêmio poderia ter ampliado a vantagem ainda no primeiro tempo com Hugo e Maylson. Na segunda etapa, o jogo ficou morno. O Grêmio administrava o placar e o Avaí começava a encontrar liberdade para girar a pelota e criar oportunidades, principalmente com Roberto. Sólida, a defesa do Imortal cadenciava o ritmo do jogo. Em contra-ataques, o Grêmio desperdiçava mais chances, principalmente com Maylson. Aos 43, o golpe derradeiro: Fernando rolou para Fábio Rockemback empurrar para o fundo da rede.

São Paulo 1 x 0 Palmeiras

Em jogo truncado, provavelmente o pior da rodada, São Paulo e Palmeiras protagonizaram um jogo típico das divisões de acesso do Brasileirão. Muita vontade, pouca determinação técnica, poucas chances de gol... talvez afetados pela chuva que caía no Morumbi vazio. Com o meio campo congestionado, as equipes abusaram dos "chutões", tentando conexão direta com o ataque. A saída de Cleiton Xavier, aos 33 da etapa inicial, foi determinante para o sucesso tricolor. No início do segundo tempo, Fernandinho (entrara no lugar de Marlos, lesionado) rolou bola açucarada para Fernandão completar para a rede, de carrinho. A partir daí, o São Paulo recuou demais, e o Palmeiras tomou conta da partida. Sem sucesso. O time do Palestra Itália não conseguia furar a retranca tricolor e errava muitos passes, irritando a torcida. Aos 42, Cicinho cometeu pênalti em Ivo. E Rogério Ceni foi definitivamente o nome do jogo, ao evitar o empate. Vitória importante com atuação decepcionante. Ricardo Gomes tem muito o que corrigir.

Cruzeiro 1 x 0 Botafogo

Um jogo bem trabalhado de lado a lado. Basicamente domínio territorial celeste e contra-ataques perigosos do alvinegro carioca. Mesmo desfalcado (Loco Abreu, Herrera e Caio não jogaram), o Botafogo começou assustando com Edno. Mas o Cruzeiro cadenciou o jogo, e na base da velocidade com Jonathan, Thiago Ribeiro recebeu cruzamento e inaugurou o marcador. Pouco depois, Roger quase ampliou. Precisando do resultado, o Botafogo adotou postura mais ofensiva e começou a encurralar o Cruzeiro. E deu resultado aos 43, quando Gil derrubou Somália dentro da área. Fábio fez grande defesa e salvou a Raposa. Na segunda etapa, Joel botou seu time para frente. O Botafogo pressionava o time mineiro, e a torcida vaiava no Mineirão. Com grandes defesas e uma ajuda da arbitragem (impedimento mal marcado quando Edno, sozinho, concluiria), Fábio garantiu o placar.

Santos 3 x 1 Guarani

Em jogo onde era esperado um espetáculo do time da Vila, o que se viu fou um Bugre preparado para defrontar o campeão paulista, e que merecia melhor sorte ao fim dos 90 minutos. Como rotineiramente, o Santos começou envolvendo o adversário, e logo aos 2 minutos inaugurou o marcador com Neymar após jogada de Ganso. No entanto, os meninos da Vila pareciam mais preocupados em enfeitar as jogadas do que definir a partida. E o Bugre começou a dar as cartas. Baiano e Mazola infernizavam a lenta e dispersa zaga santista, e obrigaram Felipe a praticar grandes defesas. Aos 37, o castigo santista. Baiano cobrou falta e Felipe pulou atrasado. 1 a 1. O Segundo tempo contiunuou da mesma forma, e o Bugre teve algumas oportunidades para virar o placar. Aos 41, na primeira boa jogada de linha de fundo do peixe em toda a partida, Marcel fez o segundo. O Bugre sentiu o golpe, e dois minutos depois André fechou o placar. Dorival Jr. terá muito trabalho até o fim de semana.

Grêmio Prudente 2 x 2 Corinthians

Mais um jogo que mostrou a derrocada de qualidade do futebol do Parque São Jorge. O Prudente dominou a maior parte das ações na partida e anulou o ataque alvinegro. O Corinthians, disperso em campo, era presa fácil para o time da casa, que inaugurou o marcador aos 18, com bonito gol de primeira de Wanderley, após cruzamento de Wesley. O jogo ganhou velocidade, e também polêmica. O árbitro Paulo César Oliveira ignorou dois pênaltis em sequência, um para cada lado. A partida seguiu com o Corinthians tentando encaixar contra-golpes. Aos 33, Defederico alçou a bola na área. Chicão, em impedimento, rolou para Willian empatar. O jogo melhorou após o empate, mas o time da casa voltou a frente do marcador em cobrança de falta de Diego, aos 44. A segunda etapa começou com o Prudente em cima, querendo ampliar. O Corinthians, acuado, abusava dos chutões, mas se segurava. Em cobrança de falta, Dênis fez gol-contra e igualou o marcador. O Corinthians passou a ter mais posse de bola. Jorge Henrique mandou um petardo no travessão, e Jucilei quase virou aos 40. Mas era muito pouco para um time que se esperava muito.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Palpitômetro - Brasileirão 2010 - 4a Rodada

Hoje começa mais uma rodada do campeonato mais equilibrado do mundo. Erros de arbitragem a parte, teremos muitas emoções até amanhã, nos 10 jogos em disputa.
Vou arriscar aqui meu palpite para o resultado das partidas. Será que eu acerto um bom número?!

Vitória 2 x 2 Atlético-MG

O Galo está jogando melhor, mas o Vitória em seus domínios é um time encroado. Empate.

Grêmio 3 x 1 Avaí

Estes times se defrontaram pela copa do Brasil, e dá pra ter alguma idéia do estilo de jogo que veremos. Apesar da má fase no brasileirão, o Grêmio vai com o time titular em busca da recuperação.

Flamengo 2 x 2 Fluminense

O Flamengo vive sua eliminação da Libertadores e o desmanche do elenco. A princípio o Flu tem vantagem, mas Muricy ainda não encontrou o time ideal. Pelo sim, pelo não, empate.

São Paulo 2 x 1 Palmeiras

Clássico é sempre clássico, mas o São Paulo vive grande fase, e joga no Morumbi.

Cruzeiro 1 x 1 Botafogo

O Cruzeiro ainda está em recuperação do trauma das Américas, e Joel sabe trabalhar com as peças que tem. Apesar do jogo ser no mineirão, o botafogo sabe jogar nos contra-ataques. Empate.

Santos 3 x 0 Guarani

O Santos é o time do momento, jogando na vila, com a volta de Ganso, Neymar e Robinho...

Prudente 2 x 1 Corinthians

O Grêmio Prudente sempre faz bons jogos em casa. Já o Corinthians está em queda de qualidade. Apesar da liderança, os jogadores sentiram o baque da eliminação da Libertadores.

Vasco 0 x 0 Internacional

O Vasco stá em um momento ruim, não dispões de grande elenco para tentar contornar. O Inter vem crescendo de produção, mas ainda não deve ser suficiente para arrancar uma vitória no caldeirão de São Januário.

Atlético-PR 2 x 0 Atlético-GO

No clássico dos Atléticos, o time da casa tem a torcida do lado, e um futebol de razoável qualidade.

Goiás 1 x 1 Ceará

O Ceará não realiza grandes jogos fora de seus domínios, mas o Goiás vem justificando a lanterna do campeonato. Empate.

sábado, 22 de maio de 2010

O Reinado do Príncipe


A Internazionale é novamente a dona da Europa. 45 anos após seu bicampeonato da Champions, os milaneses voltam a erguer o troféu mais importante do velho continente.
E o tri não poderia ser de forma diferente - o sistema defensivo, forte característica do Calcio italiano, foi determinante para o sucesso. José Mourinho mostrou mais uma vez a competência tática do melhor técnico de clubes do mundo atualmente.
Pelo estilo de jogo das equipes (e dos técnicos), o esperado era uma Inter retrancada desde o início, saindo em contra-ataques rápidos pelos flancos. Mas o que se viu foi uma Inter disposta ao ataque, com amplo domínio territorial, e Diego Milito fazendo um pivô clássico para as subidas de Sneijder. Acuado com o início da Inter, o Bayern respondeu em duas oportunidades, com Altintop e Olic. Aos poucos, o nervosismo inicial do time bávaro foi desaparecendo, e o jogo ficou equilibrado, até mesmo truncado, antes dos 25. Sem Ribéry, o Bayern demonstrava extrema carência de criatividade, e frente ao forte e aplicado sistema defensivo italiano, dependia de lampejos de Robben, bem marcado, pela direita ofensiva. Em lance isolado, aos 30, Júlio César lançou primorosamente Milito a cerca de 70 metros de distância, que escorou para Sneijder. O holandês tabelou imediatamente com Milito, na entrada da grande-área. Em sua primeira oportunidade no jogo, o argentino fuzilou Butt. 1 a 0. Com a vantagem no placar, a Inter recuou excessivamente, permintindo bons momentos do time bávaro, particularmente em cruzamento na medida de Robben para Müller (com intervenção precisa de Zanetti) e em chute de fora de Altintop. Sneijder ainda teve a chance de ampliar aos 42, após assistência milimétrica de Milito, mas desequilibrado por van Buyten chutou em cima de Butt.
Vendo seu time preso na marcação italiana, Louis van Gaal adiantou a marcação, e van Bommel passou a auxiliar na criação. Logo no primeiro ataque, Müller assustou. Aos 55, foi a vez de Sneijder cobrar falta perigosa. A Inter claramente recuou, visto a vantagem no placar. Seu homem mais adiantado, Milito, jogava na altura do círculo central. O Bayern pressionava, mas com Schweinsteiger, Lahm, Badstuber e van Bommel presos na marcação, a bola não chegava no comando de ataque. Este último, disperso no jogo, errou passe aos 70. Eto'o interceptou e lançou Milito, que com lindo drible de corpo em Demichelis ficou cara-a-cara com Butt pela segunda vez no jogo. 2 a 0 Inter. O Bayern acusou o golpe, e claramente entregava os pontos. Como última alternativa, van Gaal lançou Klose e Gómez no jogo. A esta altura, a bola penetrava na área milanesa apenas na base do chuveirinho. Mas já era tarde demais. Festa azzurrinera em Madrid.
No duelo particular entre mestre e discípulo, Mourinho levou a melhor. Vitória da obediência tática, aplicação defensiva e da estrela do novo príncipe de Milão. Diego Milito saiu de campo ovacionado (deu lugar a Materazzi), e não é por menos. Marcou nas decisões dos 3 títulos da Inter nesta temporada e foi destacadamente o melhor em campo, tanto pelos dois tentos como pela função bem desempenhada de pivô e a dedicação defensiva, principalmente na contenção da ligação entre Lahm e Robben.
Bastou uma temporada e Milito entrou de vez na história centenária do clube de Milão. Substituiu de vez o lugar antes cativo do Imperador (Adriano) no coração dos aficcionados e merece o "título" que pertencia à Kaká. Vida longa ao Príncipe de Milão!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Final Inédita na Champions


Este sábado promete na decisão da Champions League, no Bernabéu. Em campo, duas equipes que venceram tudo o que disputaram na temporada. Seis títulos do maior torneio interclubes do planeta. Os bávaros levantaram o caneco da Bundesliga e da Copa da Alemanha; Os milaneses levaram o penta da Serie A e a Copa da Itália. Assim, teremos necesariamente uma tríplice coroa européia.

Fazendo uma rápida retrospectiva para ter alguma idéia de como chegamos a essa final:
O Bayern estreou no mata-mata contra uma Fiorentina inspirada... e que deixou a vaga escapar nos últimos minutos da partida em Florença, pelos gols sofridos em casa. Nas quartas, um time aguerrido comandado por Olic e Robben eliminou o favoritíssimo Manchester Utd. de forma épica, também nos gols marcados fora de casa. A vitória sobre o mediano e inconstante Lyon nas semifinais era esperada, e veio com facilidade.
A Inter, por sua vez, eliminou o favorito Chelsea com duas vitórias surpreendentes. Apesar da atuação pragmática, a vaga para as semis contra o CSKA veio com facilidade com mais duas vitórias, pelo placar mínimo. O jogo contra o Barcelona foi tratado pela imprensa como uma final antecipada, apesar do amplo favoritismo catalão, indiscutivelmente o melhor time do mundo no momento. E com raça e determinação tática, após excelente resultado no San Siro, o time do excelente José Mourinho jogou pelo regulamento, eliminando o futebol-arte do torneio.

De fato, não há como cravar um favorito. Bayern München e Internazionale são equipes tradicionalmente copeiras, e apresentam uma regularidade impressionante na temporada. Há ligeiro favoritismo dos italianos - O forte sistema defensivo, e o sistema rápido de contra-ataques com Sneijder em excelente fase e Diego Milito inspirado (sem contar no sempre perigoso Samuel Eto'o) parece ser adequado ao estilo de jogo bávaro. No entanto, a agilidade do sistema ofensivo dos do time de Lois van Gaal explica o melhor ataque do torneio. As constantes triangulações entre Robben, Muller e Olic (Ribéry está suspenso) são eficientes, tanto que o trio deixou sua marca em todas as partidas no mata-mata da Champions.

De certo é que será um jogaço! Você arrisca o vencedor?!