quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pré-Copa

Depois de algum tempo sem postar por motivos de força maior, este blog começa hoje a tratar sobre o tema de maior atenção mundial no âmbito esportivo - a Copa do Mundo, na África do Sul.



No maior evento do planeta, tudo pode acontecer. Vuvuzelas, Jabulani, zebras, arbitragem... fato é que tudo pode influenciar no resultado final. Favoritos? Sim, há alguns. Brasil, Argentina, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Estados Unidos... Não, isso não é um erro. O futebol está em franca ascenção no país do Basquete e do Beisebol, e a seleção nacional não levou o vice-campeonato da Copa das Confederações à toa.

Claro que, dentre os favoritos, o peso da "camisa" conta muito. Se avaliarmos apenas o desempenho recente das seleções, a lista precisa ser alterada. Outrora em estado de graça, o English Team encontrou muitas dificuldades nos amistosos pré-Copa. Verdade que venceu todos, mas o futebol demonstrado é preocupante. Depois de uma vitória apertada (sinceramente, com sabor de derrota) contra a fraca Arábia Saudita por 3x2, a Espanha disse que não vai à Safari para a África do Sul após goleada contundente sobre a mediana e esforçada Polônia. A Itália, caso continue com o futebol burocrático que a levou à derrota contra o México em casa, estará fadada ao fracasso muito cedo na Copa. A seleção de Don Diego, no entanto, é grata surpresa. Após as dificuldades nas Eliminatórias Sul-Americanas, a Argentina é franca favorita após grandes exibições no ano corrente. A Laranja Mecânica não caiu de produção, e pode ser considerada a seleção européia com maiores probabilidades de título. A Alemanha, como o próprio Kaiser Franz Beckenbauer descreveu, cresce em Copas do Mundo. O Brasil de Dunga me lembra um pouco a equipe campeã de 94, com algumas diferenças - agora temos a melhor defesa do mundo, um ataque eficiente e um meio-campo que prefiro não comentar. Fato que está invicto, apresenta um futebol eficiente, mas que ainda não convence. E os Estados Unidos, se avaliarmos bem, está invicto neste ano, desenvolvendo um futebol vistoso, comandados por Dempsey, Donovan e Altidore.

A grande surpresa desta Copa não será a Costa do Marfim, tão pouco Camarões. A anfitriã, África do Sul, não deve chegar às semifinais (na verdade, nenhuma das seleções africanas mostra tal potencial), mas está invicta há 12 jogos, e em franco crescimento. Tecnicamente, Costa do Marfim tem um plantel respeitável, mas a seleção nunca jogou o que se esperava dos sempre favoritos no continente. Prova é a eliminação precoce na Copa das Nações Africanas. Gana e Camarões darão trabalho. Ouso dizer aqui que a seleção africana que merece maior atenção não está na Copa - o heptacampeão Egito.

Outras gratas surpresas podem ser as seleções de Sérvia e Uruguai, que estão crescendo na hora certa.

Fazendo uma análise rápida dos grupos, temos o seguinte (palpites em vermelho):

Grupo A: Comandada por Raymond Domenech, a França vai mal. Pelo histórico, é favorita a passar de fase, mas sua eliminação precoce não será surpresa alguma. A seleção mexicana, em processo de renovação, dará trabalho. A celeste olímpica conta com um sistema de ataque forte e um meio-campo ajeitado. Os Bafana-Bafana, empurrados pelo som das vuvuzelas e em crescente de produção, serão páreo-duro. África do Sul e Uruguai.

Grupo B: Don Diego parece estar acertando a mão no comando dos hermanos, e o time vai muito bem (apesar da defesa). A tradicional Nigéria tem seu Obinna no comando de ataque e é uma das 5 forças do continente africano. Bem nas últimas Copas, a Coréia do Sul já não apresenta o futebol das Eliminatórias Asiáticas. E a renovada Grécia, com plantel mediano, lutará pela segunda vaga do grupo. Argentina e Nigéria.

Grupo C: O English Team de Fabio Capello é franco favorito ao título, e não terá dificuldades em passar de fase. A disputa do primeiro lugar ficará restrita com os Estados Unidos, digno vice-campeão das Confederações, em jogo que promete. A força e desempenho da Argélia sumiram desde que despacharam os campeões africanos pro Saara. E apesar da boa campanha nas eliminatórias européias, a Eslovênia não tem muito a fazer nesta Copa. Inglaterra e Estados Unidos.

Grupo D: Apesar do mau momento do ataque e do desfalque do sempre perigoso Ballack, a Alemanha não deve encontrar dificuldades para passar de fase. Por sua vez, o bom futebol demonstrado nas eliminatórias asiáticas não parece ser suficiente para levar a Austrália a frente na competição. A Sérvia de Vidic e Stankovic está em estado de graça no setor ofensivo, mas carece de atenção na retaguarda. E Gana fará da sua força física a grande arma para seguir adiante. Alemanha e Sérvia.

Grupo E: A Holanda dispensa comentários. Robben e cia estão voando e despacharão todos os adversários na primeira fase. A Dinamarca passou bem nas eliminatórias européias, mas depende muito de Bendtner e está caindo de produção. Desde a saída de Zico, o Japão não faz grandes exibições, e vem a passeio. Já os leões indomáveis, comandados por Eto'o, prometem neste grupo. Holanda e Camarões.

Grupo F: Apesar do mau momento, a Itália não deve encontrar muitas dificuldades para seguir adiante neste grupo. O Paraguai vai se firmando como potência sul-americana, e é favorito neste grupo. Apesar da boa fase de Hamsik, a Eslováquia não deve ir muito longe. E a Nova Zelândia só está na Copa porque não disputou a vaga com a Austrália. Itália e Paraguai.

Grupo G: Considerado por alguns como o grupo da morte. Apesar das críticas da imprensa pelo estilo de jogo, o Brasil é franco favorito. Costa do Marfim tem uma boa seleção, e agora nas mãos de Sven-Goran Erickson pode surpreender. Portugal tem Ronaldo-dependência, está sem Nani, mas Deco está em grande. E a Coréia do Norte não deverá ver sua seleção na Copa, já que Kim-Jong Il só vai permitir a transmissão de VTs com vitórias de sua seleção no país. Brasil e Portugal.

Grupo H: A Espanha pode se orgulhar por ter o melhor time principal do planeta, segundo a FIFA, e fará por onde mostrar tal superioridade. O Chile, comandado por El Loco Bielsa, apresenta futebol alegre e ofensivo, e dará muito trabalho. A Suíça está com um grande problema - além de não ter um ataque tão eficiente, sua defesa já não é tão consistente quanto a da Copa de 2006. E Honduras disputará com a Coréia do Norte o pior desempenho da competição. Espanha e Chile.

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