sábado, 22 de maio de 2010

O Reinado do Príncipe


A Internazionale é novamente a dona da Europa. 45 anos após seu bicampeonato da Champions, os milaneses voltam a erguer o troféu mais importante do velho continente.
E o tri não poderia ser de forma diferente - o sistema defensivo, forte característica do Calcio italiano, foi determinante para o sucesso. José Mourinho mostrou mais uma vez a competência tática do melhor técnico de clubes do mundo atualmente.
Pelo estilo de jogo das equipes (e dos técnicos), o esperado era uma Inter retrancada desde o início, saindo em contra-ataques rápidos pelos flancos. Mas o que se viu foi uma Inter disposta ao ataque, com amplo domínio territorial, e Diego Milito fazendo um pivô clássico para as subidas de Sneijder. Acuado com o início da Inter, o Bayern respondeu em duas oportunidades, com Altintop e Olic. Aos poucos, o nervosismo inicial do time bávaro foi desaparecendo, e o jogo ficou equilibrado, até mesmo truncado, antes dos 25. Sem Ribéry, o Bayern demonstrava extrema carência de criatividade, e frente ao forte e aplicado sistema defensivo italiano, dependia de lampejos de Robben, bem marcado, pela direita ofensiva. Em lance isolado, aos 30, Júlio César lançou primorosamente Milito a cerca de 70 metros de distância, que escorou para Sneijder. O holandês tabelou imediatamente com Milito, na entrada da grande-área. Em sua primeira oportunidade no jogo, o argentino fuzilou Butt. 1 a 0. Com a vantagem no placar, a Inter recuou excessivamente, permintindo bons momentos do time bávaro, particularmente em cruzamento na medida de Robben para Müller (com intervenção precisa de Zanetti) e em chute de fora de Altintop. Sneijder ainda teve a chance de ampliar aos 42, após assistência milimétrica de Milito, mas desequilibrado por van Buyten chutou em cima de Butt.
Vendo seu time preso na marcação italiana, Louis van Gaal adiantou a marcação, e van Bommel passou a auxiliar na criação. Logo no primeiro ataque, Müller assustou. Aos 55, foi a vez de Sneijder cobrar falta perigosa. A Inter claramente recuou, visto a vantagem no placar. Seu homem mais adiantado, Milito, jogava na altura do círculo central. O Bayern pressionava, mas com Schweinsteiger, Lahm, Badstuber e van Bommel presos na marcação, a bola não chegava no comando de ataque. Este último, disperso no jogo, errou passe aos 70. Eto'o interceptou e lançou Milito, que com lindo drible de corpo em Demichelis ficou cara-a-cara com Butt pela segunda vez no jogo. 2 a 0 Inter. O Bayern acusou o golpe, e claramente entregava os pontos. Como última alternativa, van Gaal lançou Klose e Gómez no jogo. A esta altura, a bola penetrava na área milanesa apenas na base do chuveirinho. Mas já era tarde demais. Festa azzurrinera em Madrid.
No duelo particular entre mestre e discípulo, Mourinho levou a melhor. Vitória da obediência tática, aplicação defensiva e da estrela do novo príncipe de Milão. Diego Milito saiu de campo ovacionado (deu lugar a Materazzi), e não é por menos. Marcou nas decisões dos 3 títulos da Inter nesta temporada e foi destacadamente o melhor em campo, tanto pelos dois tentos como pela função bem desempenhada de pivô e a dedicação defensiva, principalmente na contenção da ligação entre Lahm e Robben.
Bastou uma temporada e Milito entrou de vez na história centenária do clube de Milão. Substituiu de vez o lugar antes cativo do Imperador (Adriano) no coração dos aficcionados e merece o "título" que pertencia à Kaká. Vida longa ao Príncipe de Milão!

Um comentário:

RRDias disse...

Bom texto, cara. Apesar dos floreios excessivos, hehehehe. Keep going.