Adalberto Vargas é colaborador da coluna, rubro-negro fanático de Pancas (ES), publicando crônicas "quando dá na telha".
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Olhar do Torcedor: Épico - por Adalberto Vargas
Adalberto Vargas é colaborador da coluna, rubro-negro fanático de Pancas (ES), publicando crônicas "quando dá na telha".
domingo, 17 de julho de 2011
Copa América 2011 - Análise das Quartas de Final
A zebra correu solta em solo argentino neste fim de semana. Dos favoritos, apenas lembranças. Todos rumam às suas casas, provavelmente se perguntando sobre o ocorrido. Justiça? Mas o que á a justiça em um jogo onde o que vale é a bola na rede? Provavelmente os amantes do pragmatismo defensivo estão radiantes de euforia. Os tempos definitivamente mudaram. Mas será que é por aí mesmo?
Competições no formato “copa” não permitem erros na fase de definição, no mata-mata. É um estilo completamente diferente dos pontos corridos, onde a equipe tem tempo para tentar a recuperação. E por isso é mais emocionante, mais quente. O dia de um jogador pode ditar (e muitas vezes o faz) o destino de uma equipe. Rivalidade, tensão, apreensão, euforia, tristeza... tudo vai à tona de forma mais intensa, mais explosiva. E o sul-americano é o retrato maior deste estilo, é a preferência do continente. Competições européias são muito mais vistosas no fator qualitativo, mas a paixão do sul-americano pelo futebol é inegável e insuperável.
Voltando à Copa América. Vejam... à exceção do clássico do Rio da Prata, onde apontar um favorito era demasiadamente ufanista, Colômbia, Brasil e Chile eram amplos favoritos, tinham um time mais qualificado. Tinham? Pensemos... Percebam que não é uma questão de depreciação ao futebol alheio, afinal de contas não existem mais “sacos de pancada” como antigamente. Cada vez mais internacional, o mercado do futebol abriu fronteiras e culturas, e muitas escolas clássicas não são mais unânimes ou exclusivas. Todas as Seleções contam com bons jogadores, que atuam em grandes clubes da Europa e da América do Sul, com experiência em momentos de decisão e capacidade de definição. A universalização do esporte minimizou diferenças e quebrou barreiras.
Primeiro o caso colombiano. No papel e em condições normais, tem uma equipe mais qualificada que a peruana. No jogo, ditou o ritmo. Embora o Peru seja montado com um bom sistema defensivo, com toda a classe de Vargas pelo meio e a velocidade do sempre perigoso Guerrero, la Tricolor chegava em velocidade quando queria, principalmente com Moreno, Guarín e Gutierrez, levando perigo. Duas bolas na trave e um pênalti perdido em tarde completamente infeliz de Falcao García. De tanto correr e tentar sem sorte na finalização, a Colômbia cansou. Foi a receita para o Peru, que contando com duas falhas grotescas do goleiro Martínez matou o jogo na prorrogação, na base do contra-ataque. Ganhou na inteligência e no respeito às ordens táticas do surpreendente Sergio Markarián. E contando com a sorte, por que não?!
No grande clássico da rodada, alguns pontos a destacar. Primeiro e mais claro – a zaga argentina é péssima, e a equipe paga por isso. Não ganhou sequer uma jogada aérea dos uruguaios, que usaram e abusaram deste esquema; Segundo – depende demais de Lionel Messi, o que não chega a ser um absurdo (afinal, é o melhor do mundo com sobras), mas é um fator que precisa ser minimizado com urgência; Terceiro – não saber aproveitar um jogador a mais em campo por mais de 45 minutos é um pecado que pode ser fatal (como foi). A Argentina foi melhor que o Uruguai no jogo, inegavelmente. E, por incrível que pareça, a expulsão de Pérez determinou uma mudança tática na equipe celeste que foi determinante para segurar o resultado – Forlán recuado, armando como um meia avançado, com investidas rápidas de Suárez. A velha garra charrúa foi notável e brilhante. O Uruguai inchou em campo, e a Argentina apequinou. A alviceleste tinha o domínio da pelota, mas não era capaz de transpor a barreira Muslera em noite de consagração. Os contra-ataques uruguaios eram devastadores, o que não deixavam Sergio Batista à vontade para jogar sua equipe ao ataque. As modificações pontuais de Oscar Tabárez, no entanto, eram precisas e funcionais. No fim das contas, Muslera definiu a classificação uruguaia no desempate por penais, no melhor jogo da competição até então.
Na reedição do duelo da primeira fase, mudança de papéis. Se a equipe guarani buscou a vitória mais intensamente e com maior qualidade no primeiro jogo, o Brasil mandou no segundo. Prova é o número de finalizações paraguaias – 3 em 120 minutos de partida. O massacre brasileiro se deve, em muito, pelo recuo de Robinho para a meia avançada, papel que o mesmo desempenhava no Santos de 2002. Seguro e objetivo, foi disparado o melhor da equipe canarinho hoje, com passes precisos, dribles certeiros e um grande número de assistências. Ganso, bem marcado, começou a aparecer no decorrer do jogo, com o cansaço dos marcadores paraguaios. Neymar, embora continue preciosista, jogou mais para o time. Pato buscava espaços na área, e furtivamente os encontrava. No melhor jogo da Seleção nesta Copa América, a bola não entrou. Enquanto Gerardo Martino mexia no time para evitar expulsões eminentes, Mano Menezes mexia mal. Inspirado e com sorte, Justo Villar foi o nome da partida, salvando a meta paraguaia em pelo menos três oportunidades claras. Quanto aos pênaltis perdidos... melhor não comentar.
Fechando a rodada, um jogo histórico. O melhor time da primeira fase contra a maior zebra da competição. Dá gosto ver este brioso time venezuelano jogar. Um time bem treinado, bem postado, que conhece suas (grandes) limitações e suas qualidades, e que sabe fazer uso destas como ninguém nesta competição. Logo no início, na bola parada, abriu o placar e soube conduzir o jogo. A seleção chilena sentiu o golpe e não conseguiu ditar o ritmo do primeiro tempo, como esperado. A entrada de Valdivia na segunda metade foi fundamental para o domínio da equipe de Claudio Borghi, que dominou o campo de forma completa e irrestrita. A pressão foi enorme, com dois petardos na trave, boas jogadas e obrigando o experiente Vega a trabalhar. O gol foi conseqüência. Mas afoita em busca da virada, a equipe rubro-azul cedeu o contra-ataque à consciente (e sortuda) seleção vinho tinto, que reequilibrou a partida e passou à frente no marcador novamente na bola parada, com Cichero (em falha de Claudio Bravo), que ainda evitou dois gols chilenos encima da linha. O baque do feito venezuelano, aliado a um erro de arbitragem ao invalidar gol legal de Sanchez aos 43’, decretaram a derrocada chilena e, conseqüentemente, a primeira vez da Venezuela em semifinais de Copa América.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Copa América 2011 - Palpites rápidos para as quartas!
Neste momento, é impossível chutar um franco favorito. A tendência é termos mais um Argentina x Brasil na grande final, mas Colômbia e Paraguai e Chile (a equipe mais interessante desta Copa América) podem aprontar. Apesar da tradição, não creio que o Uruguai elimine a Argentina amanhã.
No primeiro confronto, entre duas equipes classicamente armadas para jogar no contra-ataque, Falcão García e cia são favoritos diante de uma boa seleção do Peru, que vai dar muito trabalho. Se entrar com seu trio ofensivo (Yotún, Vargas e Guerrero) em dia e inspirado, a seleção peruana pode surpreender nos contra-ataques rápidos e jogadas de bola parada. Mas a estrela de Falcão García tem brilhado na Copa América, e a formação colombiana em um falso 4-5-1 engana, virando um 4-3-3 em momentos de ataque puxados principalmente por Sánchez e Moreno, e vai funcionando com perfeição. Se inaugurar o marcador ainda no primeiro tempo, a Colômbia dificilmente perde a vaga nas semis.
Na Copa do Mundo, ficou provado que o Uruguai joga melhor quando Forlán é recuado, com Cavani e Suárez no ataque. Não me perguntem por que Oscar Tabárez abandonou essa formação desde então. Fato é que, com a formação atual, a Argentina vencerá o jogo. Se o Uruguai quiser complicar, deve agredir, partir para o ataque de forma consciente, explorando os inúmeros pontos fracos da defesa Argentina. Forlán não agüenta dar muitos piques durante o jogo, mas sua visão de espaço e deslocamento são fenomenais, e seus passes podem ser decisivos em uma surpresa uruguaia. Isso porque Sergio Batista encontrou sua formação “ideal” no último confronto, com Messi livre pela meia de ataque municiando Kun Agüero e Higuaín (ou Carlitos Tevez), e com certeza irá repetí-la diante da celeste. Mas como demorou para perceberem que o Messi ideal na seleção é o armador, e não o finalizador... a Argentina tem o melhor plantel do mundo quando o assunto e formação de ataque, faltava apenas fazer com que a bola chegasse até ele de forma eficiente e constante.
Brasil e Paraguai irão travar o duelo mais acirrado desta fase. No primeiro confronto, a seleção guarani não levou os três pontos por mera falta de zelo nos minutos finais, quando Fred empatou. Lucas Barrios e Roque Santa Cruz formam uma dupla de ataque interessante, mesmo com características semelhantes. Vera marca bem, e as subidas de Ortigoza, Riveros e Estigarribia infernizaram a defesa brasileira nas costas de Daniel Alves. Novamente a marcação será adiantada, e o esquema tático será idêntico. No entanto, a entrada de Maicon no lugar de Daniel Alves por si só dá mais serenidade à armação de jogadas pelo setor direito. Neymar e Ganso continuam devendo bastante. Coincidência ou não, Robinho cortou o cabelo e voltou a apresentar um bom futebol, e Alexandre Pato está voando. Com a formação-base que venceu o Equador, mesmo com os vacilos defensivos (a carga não pode ser total nas costas de Júlio César em uma defesa que não se encontra há mais de um ano), creio que o Brasil passará de fase.
Fechando as quartas, Chile e Venezuela se enfrentam em estilos que encaixam. O Chile de Cláudio Borghi é altamente ofensivo, busca o domínio de bola, agride o adversário com constância, principalmente nas investidas de Suazo e Sánchez, com Beausejour e Isla fazendo boas jogadas de linha de fundo e Jiménez organizando a distribuição, num 3-4-1-2 bem organizado. Trata-se de uma equipe que cria muito, e a única que merecia 100% de aproveitamento na primeira fase da competição. Daí seu amplo favoritismo no duelo. De forma interessante, a seleção vinotinto joga melhor quando Fedor e Maldonado saem do banco, dando maior mobilidade ao setor de ataque nos contra-ataques rápidos, com Arsimendi e Rincón organizando as jogadas laterais, que sempre caem pelo meio. A diferença está em Fedor, que está acertando tudo de fora da área na competição, e já guardou dois golaços assim. Pode surpreender o Chile nos contra-ataques justamente desta forma. De certo é que será um excelente jogo e, como já vimos, tudo pode acontecer com esta nova Venezuela.
E então, quem passa de fase? Quem leva o caneco?
Será que a zebra vai passear na Argentina neste fim de semana?
Vale tudo pela taça!Copa América 2011 - Fase de Grupos
A Copa América começou em território argentino. Muita rivalidade e tradição em jogo na segunda competição continental de seleções do mundo. E muito a melhorar também, começando pela qualidade dos estádios de nossos vizinhos (que, diga-se de passagem, não está tão aquém assim dos nossos).
Pelo Grupo A, uma bela surpresa – a seleção da Colômbia. Desde a temida geração de 1990-1994, que contava com Rincón, Valderrama, Asprilla, Higuita e cia e não levou um título de expressão por má gerência na política nacional e na Federação (coisa que só veio com a Copa América de 2001, na própria Colômbia), la Tricolor não apresentava um futebol tão interessante. Não chega a ser brilhante como em 1993 (visando a goleada histórica de 5 a 0 na Argentina em pleno Monumental de Nuñez, a maior da história da alviceleste), mas está em processo de evolução e conta com material humano para tal. A Argentina demorou para estrear de fato, o que aconteceu contra a Costa Rica sub-23, em belíssima atuação de Lionel Messi e Sergio Agüero. A Bolívia, mesmo com o surpreendente empate na estréia contra os anfitriões, foi decepcionante. E da Costa Rica sub-23 não se esperava muito, mesmo surpreendendo a fraca Bolívia em 2 x 0. A pergunta que fica é: e se a convidada fosse a equipe principal da Espanha, que se ofereceu prontamente frente ao problema do Japão?!
No Grupo B, o futebol venezuelano ganha destaque. Mesmo sem contar com nenhum jogador do atual campeão nacional (Deportivo Táchira), Fedor e cia demonstram que não existem mais seleções “inocentes” no futebol, e conquistaram um surpreendente segundo lugar, atrás do Brasil apenas no saldo de gols. Brasil e Paraguai, os favoritos do grupo, demoraram em engrenar na Copa América. Mesmo com a vitória de 4 x 2 sobre o Equador, o futebol brasileiro está em débito e não convence. Apesar do terceiro lugar e classificação dramática para a segunda fase, Lucas Barrios e cia apresentaram o melhor futebol como equipe deste grupo, e não asseguraram o primeiro lugar por displicência da equipe nos minutos finais das partidas contra Brasil e Venezuela, perdendo pontos valiosos. A seleção equatoriana, por sua vez, está em decadência desde as Eliminatórias da Copa em 2009 e começa o processo de renovação da equipe principal.
No Grupo C, os “embalos de sábado à noite” desestruturaram a base da seleção mexicana, que contou com sua equipe sub-23 no torneio, devolvendo oito atletas à América do Norte antes mesmo da estréia no torneio. Com fatores extra-campo deste nível sobre uma equipe de base, não é de admirar a pior campanha da seleção mexicana na história do torneio. Os demais asseguraram classificação relativamente tranqüila. Ao contrário do que se imaginava, o Uruguai não é sombra da equipe que sobressaiu na Copa da África no ano passado, e passou por apuros até mesmo no jogo contra o México. O melhor desempenho do grupo ficou com os chilenos, que apresentaram o mesmo futebol ofensivo da Copa passada, mas com algumas mudanças pontuais na defesa, sempre problemática na era Bielsa. A equipe peruana apresentou uma evolução significativa em relação às Eliminatórias de 2009, mas depende demais de Guerrero.
As quartas de final estão definidas:
Colômbia x Peru – Sábado, 16:00 h (Córdoba)
Argentina x Uruguai – Sábado, 19:15 h (Santa Fé)
Brasil x Paraguai – Domingo, 16:00 h (Ciudad de La Plata)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Um novo calendário para o futebol
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Semana Agitada
Na terça, o jogo mais esperado da semana, com o resultado final aguardado por todos. Classificação sem sustos do Barcelona para a grande final. Em jogo onde o Real precisava fazer grande resultado em pleno Camp Nou, entrou respeitando demais o adversário (apenas o melhor time do mundo há três anos), embora marcando em cima com eficiência. Cristiano Ronaldo apagado e Higuaín fora de forma deram a tonalidade do esforço madridista, com um Kaká apenas esforçado e Xabi Alonso destemperado. O Barcelona de certa forma aceitava a pressão merengue, embora – como sempre – tivesse o domínio da pelota. Na segunda etapa, um gol mal anulado de Higuaín esquentou o jogo. Poderia mudar a história da partida? Não sei. Sinceramente acho que não. O Barcelona é muito mais time, tem os três melhores jogadores do mundo em perfeita sintonia, e resolveu a parada no lance seguinte, com gol de Pedro. Aguerrido, Marcelo decretou o empate e tentou puxar o time. Tentou. Adebayor não entrou bem e merecia o vermelho por entradas ríspidas seguidas; e Özil entrou tarde. Noite de festa em Barcelona. Não pelo desempenho da equipe, ou tão somente pela vaga. A volta de Abidal após retirada de tumor no fígado foi muito festejada, apenas um mês após o procedimento cirúrgico. E da melhor forma.
A quarta decidiria o rival do Barca na final da Champions. Se a vantagem era dos red devils, o dia definitivamente não era dos mineiros. O time de Gelsenkirchen sofreu em Old Trafford. Mesmo com time misto, o Manchester United passeou, com dois gols de Anderson e mais dois anotados por jogadores reservas (Valencia e Gibson), e matou a partida ainda no primeiro tempo, com direito a frangaço de Neuer. Mesmo descontando, o Schalke precisava de mais 3 gols no segundo tempo. E quando o time se lançou definitivamente ao ataque, Anderson tratou de jogar a pá de cal na cova azul. Agora, a ordem é foco total para o jogo do campeonato no domingo, contra o Chelsea, que poderá definir o título da Premier League ou até mesmo colocar o Arsenal novamente na briga.
Mas não parava por aí. As duas equipes de melhor desempenho na primeira partida das oitavas ainda entrariam em campo. O Fluminense – o Time de Guerreiros – construiu bela vantagem no Engenhão e jogou no Defensores Del Chaco como se não o precisasse fazer. O Libertad, que não tem nada a ver com isso, provou duas coisas. Realmente não tem um time tão forte como sua condição de segunda melhor campanha da Libertadores o titula; e que o futebol, principalmente o sul-americano, não apresenta mais o abismo que separava equipes argentinas e brasileiras das demais. O alvinegro de Assunção jogou solto, com a bola no chão, e mereceu o placar largo de 3 a 0 sobre os campeões brasileiros. O Fluminense que se apresentou no Paraguai foi o mesmo do segundo tempo no Engenhão, que contou com sorte e individualidade para abrir a vantagem no duelo. E que com a mesma facilidade a deixou ruir. Parece-me que o Time de Guerreiros gosta mesmo de contrariar a matemática. Seja para o bem, seja para o mal.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Champions League - Oitavas de Final
Na terça, as atenções estavam voltadas para o San Siro. Em Milão, o líder do Italiano Milan recebera os jogadores-sensação do Tottenham. Jogo duro, mas bem jogado. Os rossoneri tinham o exemplo de seu arquirrival de como não se deve jogar contra os ingleses, e pareciam dispostos a tal. No entanto, bem armado, o Tottenham não deixava o Milan tomar conta do jogo, e sempre usava sua arma mais letal - a velocidade de contra-ataque, obrigando Abbiati a trabalhar. Em uma dividida, pior para o goleiro, que foi substituído por Amelia. Com Van der Vaart, Lennon e Modric em campo, mesmo sem Bale, o Tottenham anulava as subidas do Milan. A entrada de Pato no segundo tempo mudou completamente o panorama do jogo, e o Milan passou a comparecer ao ataque com perigo, tomando as ações do jogo. E Gomes mostrou o porquê da adoração da torcida do Hotspur por ele, com uma atuação de gala. Na pressão, O Milan desguarnecia sua zaga em busca do gol. E em mais um contra-ataque da equipe londrina, Lennon arrancou do campo de defesa e rolou na pequena área para Crouch definir o marcador da partida, aos 35. No fim da partida, mais confusão, e Gattuso suspenso para a partida de volta.
Na quarta, o jogo mais esperado desta fase - os Gunners recebiam o "melhor time do mundo". E não há quem não fique preocupado em enfrentar o Barcelona. O que se viu no primeiro tempo foi um completo baile de gala dos visitantes, com toques rápidos, curtos, de classe, com completo controle das ações de jogo, principalmente no setor do meio-campo. O Barcelona joga bonito, mas peca no enfeite. Abriu naturalmente o placar com David Villa no meado do primeiro tempo, e poderia facilmente ter liquidado a fatura, não fosse a falta de capricho de Messi. O argentino jogou demais, mas perdeu frente-a-frente com Scezny. Acuado, Arsène Wenger mexeu com os brios do time, que voltou igualando as ações no começo da segunda etapa. Nasri aparecia mais solto, e Van Persie caindo pelas laterais mudaram a postura de ataque dos donos da casa. Mas ainda não era o bastante. Agora no contra-ataque, o Barcelona assustava, e Messi mais uma vez perdeu, de forma incrível, na cara de Scezny, a chance de matar a partida. Sabendo que um revés desta magnitude seria fatal para as pretensões do Arsenal na Liga, Wenger alterou o esquema, mandando o time para o ataque, com a entrada do contestado Arshavin e Bendtner no lugar de Song e Walcott. Enquanto isso, Guardiola tirava Villa de campo para reforçar o meio com Keita. Com mais gente na frente e na base da velocidade, o Arsenal chegou ao empate em grande jogada de Van Persie. O Barcelona continuou atacando, e em contra-golpe puxado por Fábregas, Nasri rolou para Arshavin livre virar a partida cinco minutos após. O Emirates veio abaixo, o Barcelona sentiu o golpe, e o Arsenal ainda desperdiçou chance de ampliar. Nada que estrague a festa londrina. Será o início da redenção do russo com a torcida?
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Jogos que vi: Fluminense 2 x 3 Botafogo
Nenhum dos 16.759 presentes há de reclamar do dinheiro investido no espetáculo. Sem rodeios, um jogão. De um lado Fred, Conca, Souza e a reestréia do He-Man Rafael Moura. Do outro, o (cada vez mais) sensacional Jefferson, Renato Cajá, Antônio Carlos e El Loco Abreu. E, infelizmente, com uma antiga atração à parte - a arbitragem. Noite completamente infeliz do Sr. Gutemberg de Paula Fonseca, que perdeu o controle da partida ainda no primeiro tempo, após expulsões completamente equivocadas de Valência (não existiu falta sobre Herrera) e de Marcelo Mattos (a falta sobre Conca era para cartão amarelo apenas) nos acrécimos da primeira etapa. Para completar a polêmica, duas penalidades marcadas em sequência em favor do alvinegro - a segunda enxergada única e exclusivamente pelo árbitro. Ao todo, 11 cartões amarelos, 2 vermelhos, e revolta das duas equipes. Fora isso, o que se viu foi um Botafogo muito mais empenhado em busca da vitória que a equipe tricolor. Com Fred apagado, Conca ainda em busca de ritmo, e Souza bem marcado, as investidas do Fluminense dependiam de Carlinhos e Mariano. O Botafogo, por sua vez, contava com o inspiradíssimo Renato Cajá, que logo no seu cartão de visitas inaugurou o marcador em bela cobrança de falta, fora do alcance de Cavalieri. Sem muita organização, as investidas do Tricolor baseavam-se em bolas alçadas para Fred e Rafael Moura.
Oportunistamente, o He-Man antecipou a marcação alvinegra em cobrança de escanteio e de cabeça decretou o empate no Olímpico João Havelange. Ainda assim, o Botafogo era mais arisco, e suas subidas com Márcio Azevedo e Cajá levavam perigo (este, aliás, acertou dois lindos petardos no travessão, com direito a um gol não observado pelo auxiliar de linha-de-fundo). Em uma delas, Herrera foi lançado em profundidade, simulou falta e cavou a expulsão de Valência. Após a polêmica, o panorama seguia inalterado - Botafogo com a posse de bola, e Fluminense no contra-golpe. Mesmo com um a menos, em nova bola alçada na área, o He-Man aproveitou desvio de Fred e fuzilou Jefferson. Era a virada Tricolor. Antes do fechar da conta, Marcelo Mattos foi expulso epós entrada em Conca.
Se o jogo estava quente no primeiro tempo, o fogaréu acendeu por completo no segundo. Logo no início, Rafael Moura fez pênalti em Loco Abreu. Tensão no Fluminense, aliviada com a defesa tranquila de Cavalieri após cavadinha manjada do uruguaio. Na sequência, novo penal assinalado a favor do Botafogo, em falta totalmente discutível de Edinho sobre Bruno. Novamente Abreu para a cobrança, novamente cavadinha, mas desta vez a bola morreu no fundo da rede. 2 a 2. Após muita reclamação, o jogo reiniciou e notou-se claramente o abatimento dos jogadores do Fluminense com o lance. O jogo ficou aberto, e num contra-ataque, Renato Cajá lançou primorosamente Herrera, que fuzilou. 3 a 2 Botafogo. A partir de então, o Fluminense cresceu na partida. Era a hora da estrela do time de General Severiano brilhar. Jefferson fechou o gol, com pelo menos 4 defesas de alta complexidade, e garantiu a invencibilidade alvinegra para a sequência da Taça Guanabara.
Para dirimir a polêmica entorno do jogo, Jorge Rabello (presidente da Comissão de Arbitragem da FERJ) concedeu coletiva criticando a postura do árbitro da partida, segundo ele "uma atuação muito abaixo da de um árbitro de Padrão Fifa". Ele não entrou no mérito interpretativo dos pênaltis assinalados, e afirmou categoricamente que o auxiliar de linha-de-fundo estava bem posicionado, e que a bola de Renato Cajá não entrou completamente.
Fim de papo, e a equipe da Estrela Solitária mostrou que vai em busca do Bi Estadual. Fluminense e Flamengo devem travar o confronto mais esperado do Cariocão neste ano já na próxima fase. E o Resende vem mostrando que no futebol não existe mais toda aquela diferença entre clubes de alto e baixo investimento. As semifinais prometem!
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
De volta à ativa!
Fora os títulos e campanhas, vale ressaltar a importância que o futebol argentino vem ganhando no cenário nacional. Carentes no setor de criatividade, os grandes clubes brasileiros tem salvaguardado a tradição do futebol canarinho em terras vizinhas. Jogadores como Conca, D'Alessandro e Montillo abriram um mercado que se mostra em expansão neste começo de ano, com contratações interessantes como Botinelli, Bolatti e Cavenaghi.
Outros fatores neste começo de temporada também chamam a atenção. A boa campanha do Ceará no Cearense após reforços como Fernando Henrique, a boa campanha do Santa Cruz no Pernambucano, a campanha ruim do Sport no mesmo e do Goiás no Goiano... mas dois fatores negativos tomaram conta do cenário nacional. O pior início de temporada da história do Vasco da Gama, com 1 ponto conquistado em 15 possíveis; e a pior campanha de um clube brasileiro na história da Libertadores da América, com a eliminação mais que precoce do Corinthians para o Deportes Tolima na fase pré-grupos.
O bom time que o Flamengo vem montando para a temporada, com a estréia de Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e Botinelli, merece atenção, assim como os reforços de Internacional, Cruzeiro, Atlético-MG, Fluminense e São Paulo.
Este ano promete... E a rodada do fim-de-semana tá logo aí! Clássicos regionais à vista!