domingo, 25 de julho de 2010

A dança do Brasileirão e o novo técnico da Seleção

A Copa acabou, e o Campeonato Brasileiro voltou com tudo. Dentre os clubes, destaque para a arrancada Colorada rumo ao G4, concretizada hoje com a vitória sobre o Flamengo no Beira-Rio, e pela dança da liderança entre os bons times de Corinthians e Fluminense, com 24 e 23 pontos respectivamente. Ao que parece, vai se desenhando o pelotão de luta pelo caneco, e a estes três pré-citados juntam-se Cruzeiro e Santos.

Atual campeão, o Flamengo vai mal das pernas e precisa contratar reforços com a máxima urgência, para todos os setores do campo. Atlético-MG, Grêmio e Botafogo decepcionam, não apresentam consistência e variam muito durante seus jogos. Apesar da campanha atípica, o São Paulo deve se recuperar e lutar na parte de cima. Vasco, Atlético Paranaense e Avaí mostram certo poder de reação com a chegada de reforços, mas pelo que apresentam lutarão mesmo é pela Sul-Americana. O Palmeiras de Felipão ainda não encaixou, mas promete. Já o Vitória só estreará nessa volta do Brasileirão após a decisão da Copa do Brasil contra o Santos.

No entanto, nada chamou mais atenção que a escolha do novo técnico da Seleção penta-campeã mundial. Por alugumas horas, Muricy Ramalho foi o dono do cargo mais cobiçado do mundo. Mas que acabou mesmo na mão de Mano Menezes. Líder do Brasileirão na quinta-feira, Muricy foi abordado na saída do Maior do Mundo e aceitou o comando técnico do Brasil na sexta. No entanto, Ricardo Teixeira exigiu exclusividade, e Muricy dependia apenas da liberação do Fluminense. O Tricolor carioca não apenas não liberou, como também pronunciou, através do presidente do clube Roberto Horcades, e pelo presidente da patrocinadora, Celso Barros, que exigia exclusividade e não aceitava dividir o técnico com a Seleção. Além disso, foi anunciada a renovação de contrato de Muricy até o fim de 2012.

Desde a eleição do novo presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, CBF e Fluminense não mantém relação amistosa (a Confederação apoiava a eleição de Kléber Leite), e já era imaginado que o clube não facilitaria a vida de Ricardo Teixeira. A situação do tricolor também não era confortável. Imaginem o líder do Campeonato perder seu técnico da noite pro dia... não havia um plano B em relação ao cargo no Fluminense, e toda uma reestruturação do futebol seria comprometida com a liberação de Muricy.

Diante do impasse, a CBF engatilhou seu plano B para o comando - Mano Menezes. Ao contrário do Flu, o Corinthians não dificultou e liberou Mano para a Seleção. Em depoimento emocionado, o presidente Andrés Sanches desejou sorte à Mano e relatou a importância do técnico na retomada do orgulho corinthiano. Como, ao contrário do Fluminense, o Corinthians já previa convite à Mano, o clube também anunciou Adilson Baptista no comando do alvinegro (amelhor opção para o lugar de Mano, diga-se de passagem).


Mano Menezes, assim como Muricy Ramalho, tem o perfil para comandar a renovação canarinho. De competência comprovada, já comandou reviravoltas espetaculares, como a vitória gremista na Batalha dos Aflitos. Suas passagens por Grêmio e Corinthians dispensam qualquer cartão de apresentação. Aficcionado por treinos táticos e técnicos, é considerado por muitos como um comandante defensivista. Particularmente, eu discordo. Trata-se de um estrategista que sabe lidar com o elenco que tem na mão, e controla bem seus comandados. À revelia de Dunga, tem bom relacionamento com a imprensa e assume o cargo com status de vencedor.

Mano prioriza o toque de bola, e gosta de armar times que alternem seu estilo durante o jogo, em função do adversário e da partida. Sempre monta excelentes defesas, e gosta de criatividade no setor do meio-de-campo, cam saídas rápidas pelas laterais. A grande esperança do torcedor brasileiro, hoje, é a manutenção do sistema defensivo de Dunga com a convocação de jogadores com poder de decisão para a criação. Ricardo Teixeira disse que a nova Seleção será "mais caseira", e as especulações começaram. Amanhã tem convocação, quais serão as novas caras na Seleção mais tradicional do mundo?

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