segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Jogos que vi: Fluminense 2 x 3 Botafogo

O fim-de-semana foi repleto de clássicos. Fim de tabu no Arruda com vitória do Santa por 2 a 0 sobre o Sport, Vitória com acachapantes 3 x 0 sobre o Bahia, ressurreição alvinegra no 1 x 0 corinthiano sobre o Palmeiras, empate entre Avaí e Figueirense no Orlando Scarpelli... mas nenhum destes chamou tanto a atenção quanto o Super-Clássico Vovô disputado no Engenhão.

Nenhum dos 16.759 presentes há de reclamar do dinheiro investido no espetáculo. Sem rodeios, um jogão. De um lado Fred, Conca, Souza e a reestréia do He-Man Rafael Moura. Do outro, o (cada vez mais) sensacional Jefferson, Renato Cajá, Antônio Carlos e El Loco Abreu. E, infelizmente, com uma antiga atração à parte - a arbitragem. Noite completamente infeliz do Sr. Gutemberg de Paula Fonseca, que perdeu o controle da partida ainda no primeiro tempo, após expulsões completamente equivocadas de Valência (não existiu falta sobre Herrera) e de Marcelo Mattos (a falta sobre Conca era para cartão amarelo apenas) nos acrécimos da primeira etapa. Para completar a polêmica, duas penalidades marcadas em sequência em favor do alvinegro - a segunda enxergada única e exclusivamente pelo árbitro. Ao todo, 11 cartões amarelos, 2 vermelhos, e revolta das duas equipes. Fora isso, o que se viu foi um Botafogo muito mais empenhado em busca da vitória que a equipe tricolor. Com Fred apagado, Conca ainda em busca de ritmo, e Souza bem marcado, as investidas do Fluminense dependiam de Carlinhos e Mariano. O Botafogo, por sua vez, contava com o inspiradíssimo Renato Cajá, que logo no seu cartão de visitas inaugurou o marcador em bela cobrança de falta, fora do alcance de Cavalieri. Sem muita organização, as investidas do Tricolor baseavam-se em bolas alçadas para Fred e Rafael Moura.

Oportunistamente, o He-Man antecipou a marcação alvinegra em cobrança de escanteio e de cabeça decretou o empate no Olímpico João Havelange. Ainda assim, o Botafogo era mais arisco, e suas subidas com Márcio Azevedo e Cajá levavam perigo (este, aliás, acertou dois lindos petardos no travessão, com direito a um gol não observado pelo auxiliar de linha-de-fundo). Em uma delas, Herrera foi lançado em profundidade, simulou falta e cavou a expulsão de Valência. Após a polêmica, o panorama seguia inalterado - Botafogo com a posse de bola, e Fluminense no contra-golpe. Mesmo com um a menos, em nova bola alçada na área, o He-Man aproveitou desvio de Fred e fuzilou Jefferson. Era a virada Tricolor. Antes do fechar da conta, Marcelo Mattos foi expulso epós entrada em Conca.

Se o jogo estava quente no primeiro tempo, o fogaréu acendeu por completo no segundo. Logo no início, Rafael Moura fez pênalti em Loco Abreu. Tensão no Fluminense, aliviada com a defesa tranquila de Cavalieri após cavadinha manjada do uruguaio. Na sequência, novo penal assinalado a favor do Botafogo, em falta totalmente discutível de Edinho sobre Bruno. Novamente Abreu para a cobrança, novamente cavadinha, mas desta vez a bola morreu no fundo da rede. 2 a 2. Após muita reclamação, o jogo reiniciou e notou-se claramente o abatimento dos jogadores do Fluminense com o lance. O jogo ficou aberto, e num contra-ataque, Renato Cajá lançou primorosamente Herrera, que fuzilou. 3 a 2 Botafogo. A partir de então, o Fluminense cresceu na partida. Era a hora da estrela do time de General Severiano brilhar. Jefferson fechou o gol, com pelo menos 4 defesas de alta complexidade, e garantiu a invencibilidade alvinegra para a sequência da Taça Guanabara.



Para dirimir a polêmica entorno do jogo, Jorge Rabello (presidente da Comissão de Arbitragem da FERJ) concedeu coletiva criticando a postura do árbitro da partida, segundo ele "uma atuação muito abaixo da de um árbitro de Padrão Fifa". Ele não entrou no mérito interpretativo dos pênaltis assinalados, e afirmou categoricamente que o auxiliar de linha-de-fundo estava bem posicionado, e que a bola de Renato Cajá não entrou completamente.

Fim de papo, e a equipe da Estrela Solitária mostrou que vai em busca do Bi Estadual. Fluminense e Flamengo devem travar o confronto mais esperado do Cariocão neste ano já na próxima fase. E o Resende vem mostrando que no futebol não existe mais toda aquela diferença entre clubes de alto e baixo investimento. As semifinais prometem!

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