quinta-feira, 28 de julho de 2011

Olhar do Torcedor: Épico - por Adalberto Vargas


O dia 27/07 ficará para sempre na memória dos rubro-negros. Se o calendário da nação já é repleto de feriados, acaba de ganhar mais um.
Não foi uma conquista de título como em certo 13/12, que por sinal, há 30 anos o Flamengo conquistava o mundo. Também – ou esperaremos muito para saber – não foi nascimento de um ídolo, como se comemora em 03 de março, O Natal do flamenguista. Sendo assim, qual a razão do dia 27 de julho ser tão importante? Vejamos:

12ª rodada do brasileirão 2011. De um lado o badalado e enfim completo Santos, com o trio da Seleção, Neymar, Ganso e Elano. Do outro, o invicto, mas contestado Flamengo, de R10 e Thiago Neves. Todos os ingressos vendidos e mais de 13 mil pessoas se acotovelavam na Vila Belmiro.
A novela da Bruna Surfistinha mal havia acabado e o Santos já abria o placar. Aos 4’ Borges recebeu a bola de Elano entre os marcadores do Fla e com tranqüilidade empurra para o fundo da rede. A primeira pixotada do zagueiro Wellington, ou segunda, se você considerar que antes dos 30seg de partida ele já havia cometido falta em Ganso. Nesse instante lembrei do meu #CartolaFC, já que tinha Júnior César, e 5 pontinhos já eram.
O Fla tentava alguma coisa, mas eficiente mesmo era o Santos, e aos 16’, depois de um passe errado de Renato no meio campo, Ganso encontra Neymar, que depois de não conseguir vencer Felipe, acha uma maneira para tocar para o livre Borges ampliar. Aos 26’, o endiabrado Neymar fez o que quis com a defesa rubro-negra, dando um drible antológico em Angelim e marcando um gol de placa, fazendo a Vila, em júbilo, aplaudir de pé. Pela primeira vez em toda minha história de torcedor do Flamengo rezei para que a goleada não fosse lendária. Pensei que o Mengão fosse levar uma surra nunca antes vista. Fui um infiel, e me envergonho disso.
Com dois gols rápidos, aos 28’ com Ronaldinho e aos 31’ com Thiago Neves, o Doutrinador Máster Terra e Mar voltou para o jogo. Só que Neymar voltou a aprontar das suas, invadiu a área e foi “derrubado” por Willians. Um pênalti duvidoso, mas tava marcado, e Elano assumia a responsabilidade. Queria apagar sua cobrança bizarra na Copa América, mas conseguiu ser ainda pior. Numa tentativa desastrosa de dar uma cavadinha, viu o goleiro Felipe fazer embaixadinhas depois do pênalti defendido. Os santistas, que já esperavam por uma goleada histórica do seu time, se preocuparam, e vaiaram muito seu meio campista.
Aos 43’ o inimaginável: Deivid, que já havia perdido uma chance à lá Wellington (da Luxus), digna do Inacreditável FC, empatou de cabeça após escanteio.
Com o apito final da 1ª etapa o placar mostrava um placar atípico, 3x3.
Veio o segundo tempo, e trouxe com ele o moleque de moicano ainda inspirado, e aos 5’ desempatou, deixando o Santos mais uma vez à frente, e o 1º tempo parecia que iria se repetir. Que saudade me deu do Airton para “dar uma no meio dele”, ou quem sabe do Anselmo? Mario Soto do Cobreloa nunca vai esquecer, mas nesse jogo não tinha espaço para deslealdade.
Por tudo que já havia acontecido, perder aquele jogo por 4x3 seria uma covardia, e o Mengão Invictus “foi pra dentro”. Aos 22’ R10, o ShowMan, mostrou toda sua categoria. Depois de firular na entrada da área foi derrubado. Na cobrança da falta, quando todos esperavam uma bola por cima, colocada, ele surpreendeu com uma batida rasteira e certeira; 4x4, e nessa altura eu já havia acordado toda a vizinhança, que incrivelmente é da arcoirizada mal vestida.
Se passaram 14 minutos. Quando aos 36’ R10, maestral desempatou depois de um contra-ataque. Me senti o próprio Capitão Caverna, e quase me joguei do 3º andar; 5x4. Quem poderia imaginar? E os 12 minutos que esperamos até o apito final pareceram toda uma Copa do Mundo, mas no fim, doutrinamos, heróicos.

Antes dessa partida eu me queixava com Deus por não ter tido a sorte do meu pai, que aos 20 anos viu o Mengão Fuderosão imperar no Japão e no Mundo. Como eu queria ter nascido para ter visto o Flamengo da década de 80. Não vi, mas, salvo as devidas proporções, pude ver um Flamengo e Santos, que mesmo não decidindo um brasileirão como o fizeram em 1983, degladiaram-se em uma partida que sempre será lembrada, não só por rubro-negros ou alvinegros, mas por todos os amantes do futebol.

E eu, só quero agora cantar ao mundo inteiro a alegria de ser rubro-negro. E como deve ser triste não ser Flamengo!

Adalberto Vargas é colaborador da coluna, rubro-negro fanático de Pancas (ES), publicando crônicas "quando dá na telha".

Um comentário:

Raul Dias disse...

David famosão, já tem até colunista convidado...